De Aetatibus Mundi Imagines, 1545
Francisco de Holanda, originalmente Francisco d'Olanda, (Lisboa, 6 de Setembro de 1517 - Lisboa, 19 de Junho de 1585), foi humanista, arquiteto, escultor, desenhador, iluminador e pintor português. Considerado um dos mais importantes vultos do renascimento em Portugal, também foi ensaísta, crítico de arte e historiador.
Estudou em Roma (Itália) entre 1538 e 1547, a expensas do rei D. João III, época em que frequentou o grupo de Vitória Colonna, poetisa e personagem notável do renascimento italiano, o que lhe proporcionou o convívio com grandes artistas do seu tempo, como Parmigianino, Giambologna e, principalmente Miguel Ângelo, que nele despertou o fervor pelo classicismo.
Regressando a Portugal, obteve vários auxílios da parte do cardeal-arcebispo de Évora e dos reis D. João III (1521-1557) e de D. Sebastião (1568-1578).
O ideal estético renascentista exprimiu-se acentuadamente neste artista, que afirmava que o objectivo primordial era o de incentivar a sua íntima originalidade, e depois seguir a lição da natureza (puro espelho do criador) e a lição dos antigos, mestres imortais da grandeza, simetria, perfeição e decoro.
Na obra deste pintor português, o maneirismo está presente através do aspecto que melhor o define: a premissa teórica da Ideia, concebida platonicamente como fonte da beleza e reconduzida em última análise, ao intelecto divino. Encarada pelos tratadistas italianos como "scintilla della divinitá", a ideia é um reflexo, no entendimento humano, do modelo eternamente imanente ao intelecto divino, do qual procedem todas as criaturas. Ao artista, ser privilegiado, é dado imitá-la, nela reconhecendo os aspectos universais da natureza, identificados com a verdade.
Hollanda, Francisco de (1517-1584)
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