Historica Cartographica Brasilis in Biblioteca Nacional: tesouros dos séculos XV ao XX


A exposição "Historica Cartographica Brasilis in Biblioteca Nacional" propõe ao visitante um panorama do processo histórico da cartografia no Brasil.
A exposição mostra, em linhas gerais, a evolução da cartografia do Ocidente, começando com a Antiguidade Clássica, a Geografia de Estrabão – geógrafo e historiador grego; estendendo-se pela Idade Média e chegando ao Renascimento, período em que a ciência cartográfica experimenta um grande impulso, decorrente da invenção da imprensa, das descobertas ultramarinas e da redescoberta da Geografia de Ptolomeu.
A partir do século XVI, inicia-se a cartografia histórica do Brasil, com as primeiras representações que fazem parte dos planisférios ou mapas das Américas nas edições da Geografia de Ptolomeu e obras de viajantes. Do final desse ao terceiro quarto do século XVII, surgem os mapas que exibem a ampliação do território e a defesa do litoral contra as investidas dos franceses, holandeses e ingleses.
A exposição traz também cartas, do final do século XVII e do início do XX, que mostram a expansão para o interior do Brasil; as demarcações de fronteiras em decorrência dos tratados; a defesa do território e levantamentos hidrográficos e geográficos do país pelos astrônomos, geógrafos e engenheiros militares.


Fonte: https://www.bn.br/acontece-bn/agenda/2015/07/historica-cartographica-brasilis-biblioteca-nacional

Especialistas de todo o mundo visitam exposição Historica Cartographica Brasilis


Cerca de 60 participantes da pré-conferência Symposium on Atlases, Topography and the History of Cartography [em tradução livre, Simpósio sobre Atlas, Topografia e a História da Cartografia], que aconteceu de 19 a 21 de agosto no Rio de Janeiro, participaram da visita à exposição Historica Cartographica Brasilis, onde foram recebidos pela chefe da Divisão de Cartografia da Biblioteca Nacional, Maria Dulce de Faria. Segundo ela, a data da mostra foi definida de forma a coincidir com o evento. “Escolhemos a dedo as 40 peças mais belas e significativas do nosso acervo para mostrar aos visitantes do mundo todo”, contou Dulce. A pré-conferência antecede o 27th International Cartographic Conference (ICC) [em tradução livre, 27ª Conferência Internacional de Cartografia], realizada pela primeira vez no Brasil, de 23 a 28 de agosto.

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Participantes do evento internacional Pre Conference Symposium on Atlases, Topography and the History of Cartography posam na escadaria situada na entrada principal da Biblioteca Nacional.
Participantes do evento internacional Pre Conference Symposium on Atlases, Topography and the History of Cartography posam na escadaria situada na entrada principal da Biblioteca Nacional.
Os membros do comitê organizador do simpósio Cláudio João Barreto dos Santos e Ana Cristina Rocha Resende conduziram o grupo pela primeira visita técnica do dia, que depois seria seguida por uma ida ao Museu Naval. Para Ana Cristina, funcionária da Diretoria de Geociências do IBGE, o que mais chamou a atenção na exposição Historica Cartographica Brasilis in Biblioteca Nacional foi a qualidade do acervo e o ótimo estado de conservação das peças. Já Cláudio João, que além de funcionário aposentado do IBGE também é professor adjunto da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ), se impressionou com a primeira edição da Geographia de Ptolomeu, de 1486, que mostra a primeira projeção cartográfica: “dei aulas sobre isso toda a minha vida e nunca tinha visto essa peça, nem tinha ideia que ela fazia parte do acervo da Biblioteca. Estou impressionado com a qualidade da coleção”, disse ele.
Os visitantes estrangeiros também elogiaram a mostra. O organizador da pré-conferência, membro da Atlas Comission da ICC e representante da Academia Austríaca de Ciências, Peter Jordan, gostou da oportunidade de ver mapas antigos da América do Sul, especialmente do período colonial. “Também achei interessante observar os nomes antigos das localidades, já que uma das minhas especialidades é a toponímia”, explicou. Para o professor da Universidade do Texas Imre Demhardt, que ministra a disciplina História da Cartografia, o destaque da coleção foram os mapas da região amazônica do século XVIII, baseados parcialmente em relatos orais.

Fonte: https://www.bn.br/noticia/2015/08/especialistas-todo-mundo-visitam-exposicao-historica

Os mistérios do 'mapa mais adorado do mundo'

  • 17 agosto 2015

O primeiro trecho do metrô de Londres foi inaugurado em 1863 – e, com ele, todo um sistema de transportes revolucionário, que foi exportado para inúmeras partes do mundo.
Nas décadas que se seguiram, vários mapas foram criados para ajudar os passageiros a se guiarem pela rede que se ampliava sem parar. Mas nenhum deles tinha a cara do diagrama criado por Harry Beck em 1931, que serviu de base para o mapa que hoje é adorado tanto pelos londrinos quanto por quem visita a cidade.
O fato de ter havido tantos mapas anteriormente prova que o metrô criou um problema que levou muitos anos para ser resolvido à custa de muito talento e habilidade.
Afinal como um designer poderia representar em sua integridade linhas que se cruzam em alguns quilômetros quadrados do centro da cidade, mas ainda se estendem a áreas da periferia que, até 1900, eram fazendas, descampados e vilarejos remotos? E como tudo isso poderia caber em um único espaço pequeno o suficiente para ser guardado no bolso?

Tamanho é documento

A simples expansão da rede do metrô tornou seu mapeamento problemático. Até mesmo no centro de Londres, onde estações como Covent Garden e Leicester Square ficam a apenas 200 metros uma da outra, enquanto outras como King's Cross e Farringdon distam de 1,85 quilômetros.
Fora do centro, o metrô se estendia até o condado de Buckinghamshire, a 80 quilômetros.
Como os mapas da época se baseavam nos conceitos que existiam até então, os desenhistas acreditavam ser necessário apresentar as distâncias geográficas em uma escala verdadeira.
Mas até 1930, ficou claro que qualquer mapa que pretendesse cobrir toda a malha seria sempre algo grande e pouco prático para se carregar o tempo todo – principalmente dentro das apertadas estações. Por isso, apenas as estações mais centrais eram mostradas.
Muitos desses primeiros mapas, projetados por artistas, têm seu charme e acabaram virando itens de colecionador. Mas os problemas continuavam: eles não eram abrangentes nem práticos.

Mapa ou Mondrian?

Em 1931, Harry Beck, um jovem engenheiro projetista que foi admitido nos quadros da companhia administradora do metrô seis anos antes, apresentou uma solução.
Seu projeto se tornou não apenas uma ferramenta de grande utilidade para os passageiros, mas também virou um ícone do design, servindo de base para os mapas atuais.
Ainda assim, quando Beck mostrou seu "diagrama" para a direção do metrô, houve quem duvidasse da eficiência do projeto. Ele continha linhas horizontais, verticais ou em ângulos de 45 graus. Ignorando a geografia, o mapa parecia o cruzamento de um diagrama de circuito elétrico com um quadro do pintor holandês Piet Mondrian.
Beck argumentou que o fato de o mapa não representar fielmente a distância ou a localização geográfica das estações não tinha importância: o que os passageiros precisavam saber era como chegar de uma estação a outra da maneira mais eficiente possível e onde fazer baldeações.
Em 1933, o metrô, os ônibus e os bondes da cidade foram unidos sob o guarda-chuva de uma única empresa estatal, a London Passenger Transport Board.
Com um espírito modernizador, a companhia aproveitou o momento para testar como o público responderia ao radical "diagrama" de Beck. Após distribuir 500 cópias em algumas estações em 1932, a empresa decidiu imprimir 700 mil cópias em 1933.
Foi um sucesso instantâneo, e uma nova impressão teve que ser feita um mês depois.

Racha com estatal

Mas o mapa não era perfeito, pois Beck não conseguiu incluir algumas estações mais afastadas. Ao longo dos anos seguintes, ele resolveu vários quebra-cabeças do design atualizando seu projeto original.
A última versão desenhada por Beck saiu em 1960, quando ele brigou com a estatal. A tarefa de seguir desenhando o mapa foi passada para Harold Hutchinson, representante de publicidade da companhia.
Vendo sua criação nas mãos de outra pessoa, Beck entrou com um longo processo judicial contra a London Transport. Ele desistiu da causa em 1965. Mas até sua morte, em 1974, ele continuou trabalhando com o mapa em casa, além de ter feito desenhos para o metrô de Paris.
Desde 1986, o design se tornou uma tarefa corporativa. Com exceção de Beck, nenhum outro desenhista é identificado.
Há muitos anos, o mapa se tornou global, inspirando não apenas inúmeras plantas de metrôs em vários continentes mas também como um item onipresente em camisetas, canecas e outros suvenires.

Autêntico design britânico

Isso significa que, quando há grandes mudanças no mapa, todo o mundo nota. Nos últimos anos, o projeto foi mudado para abrigar linhas novas como a Docklands Light Railway e a rede do Overground.
Em 2009, o rio Tâmisa, que tinha permanecido como um forte elemento geográfico, foi retirado do mapa. Houve uma grande insatisfação por parte dos cidadãos de Londres e uma extensa cobertura por parte da imprensa internacional.
Isso fez com o que o Tâmisa voltasse ao mapa poucos meses depois. O mapa sem o rio virou um item tão raro que colecionadores são capazes de pagar uma fortuna por ele.
Em 2006, o mapa de Beck ficou no segundo lugar em um concurso da BBC no qual 200 mil espectadores elegeram o melhor objeto do design britânico, entre eles o Mini, o Jaguar E-Type e a capa do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. O primeiro lugar ficou com o Concorde, talvez o avião mais bonito que já existiu.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150817_vert_cult_mapa_adorado_rm


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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
História da Cartografia: o mundo em imagens. Blog criado para ser um espaço de divulgação de pesquisas, eventos e curiosidades sobre a História da Cartografia no Brasil e no mundo. A ideia surgiu ao longo do desenvolvimento da pesquisa de mestrado, em história na UFMG.

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